Ferramentas interativas
A interação em cursos virtuais deve ser intencionalmente planejada, pois o sucesso de um curso não depende apenas do suporte midiático, mas da qualidade das interações estabelecidas entre os envolvidos no processo. Nesta perspectiva, o design de interação deve proporcionar os quatro tipos de interação: interação com conteúdos, interação com ferramentas, interação com educador e interação com os demais alunos do curso.
O uso das ferramentas interativas é imprescindível na EaD, porque ajuda a superar a distância física e temporal, incentiva a afetividade entre os envolvidos no processo ensino/aprendizagem; favorece a discussão e a reflexão; posiciona o aluno como sujeito ativo que busca a construção de seu conhecimento através da
aprendizagem colaborativa; torna o curso dinâmico; possibilitando, inclusive, a apresentação dos conteúdos por meio de diferentes linguagens e estratégia.
De acordo com Vygotski (1987), a interação aluno-aluno e aluno-objeto (e acrescentamos aluno-tutor) permitem que a ação ou o discurso do outro modifique a forma de pensar e agir dos envolvidos. Interfere, principalmente, na elaboração, na apropriação e na consolidação do conhecimento. Por isso, o modelo de design de interface de um curso a distância deverá prevê a aplicação de diferentes recursos tecnológicos e de uma variedade
de ferramentas interativas.
A utilização de ferramentas como fórum, correio, chat, portfólio de grupo, mural e outras permitem e facilitam a comunicação e a interação, desencadeiam conflitos cognitivos e favorecem a aprendizagem colaborativa.
O modelo de comunicação/interação deve mesclar o uso de ferramentas síncronas e assíncronas. No entanto, a inclusão ou não do afeto no processo educativo é responsável pela qualidade das relações pessoais e pela produtividade no ambiente de aprendizagem. Diante disso, surge a necessidade de se garantir durante o processo educativo a qualidade das interações entre os envolvidos. Para isso, torna-se imprescindível que algumas estratégias sejam aplicadas:
- Promover uma avaliação qualitativa do aluno.
- Criar uma ficha para o aluno, na qual será anotada a sua frequência, dificuldades e desenvolvimento, levando em consideração a sua história.
- Prática da autoavaliação pelo tutor/professor e pelo aluno.
- Prometer ao aluno apenas aquilo que poderá ser cumprido: atendimento 24 horas é inviável para muitas instituições. Estressa o professor e desestimula o aluno que não tem o retorno prometido.
- Incentivar as relações sociais, a cooperação, os trabalhos em grupos, por meio de ferramentas como chats ou bate-papo, fóruns de discussão, correio, murais e outras, estimulando o dinamismo e a comunicação.
No planejamento das atividades, a ênfase deverá, portanto, estar no uso das ferramentas de comunicação assíncrona e síncrona para compor um design de interação capaz de criar um ambiente de reflexão, interação, discussão e prática. Desta forma, os alunos desenvolverão as atividades e construirão o conhecimento colaborativo, por meio do compartilhamento e comparação de informações, construção coletiva, negociada e crítica do conhecimento, aplicação gradual do que se propôs a ensinar, experimentação e aplicação do conhecimento.
Por, Francisca P. Martins